Clima de tensão durante protesto de moradores em frente ao Comando Geral da Polícia Militar/Tânia Rêgo/AB |
Ana Cristina Campos /AB
O clima é de tensão em frente ao Comando-Geral da Polícia
Militar (PM) do Espírito Santo em Maruípe, na região central de Vitória, desde a
tarde de ontem (7). Moradores pedem a volta dos policiais militares para o
patrulhamento das ruas e protestam contra a presença dos familiares –
principalmente mulheres – em frente aos quartéis.
Desde sábado (4), a capital capixaba está sem policiamento
nas ruas e parentes de policiais militares estão impedindo a saída de viaturas
como forma de protesto. Os familiares reivindicam reajuste salarial e o
pagamento de benefícios aos policiais.
Os militares do Exército, que chegaram segunda-feira (6)
para reforçar a segurança no Espírito Santo, estão no local separando os dois
grupos e já liberaram o trânsito na Avenida Maruípe, que havia sido interditada
pelos manifestantes.
A manicure Marislaine da Silva Feu, de 32 anos, era uma
das que protestavam contra a presença das mulheres em frente ao quartel e veio
reivindicar para que elas saíssem da frente do batalhão. “Estou sem poder
trabalhar porque meus quatro filhos estão sem estudar. Nós estamos presos
dentro de casa. Eu sou filha de militar, mas não sou a favor dessa greve. A
gente está sofrendo. Escolas estão fechadas, comércio sendo saqueado, pessoas
morrendo”, disse Marislaine.
Em frente à entrada do quartel-geral, a professora
Priscila Nascimento de Almeida, de 27 anos, namorada de um policial militar,
levou uma pedrada na cabeça, segundo ela, jogada pelos manifestantes. “Queremos
reivindicar um salário melhor porque eles passam dificuldade, correm risco. Os
moradores deveriam ir atrás do secretário de Segurança, e não vir para cá. A
gente está fazendo a nossa manifestação sem agredir ninguém”, disse Priscila,
que está desde sábado acampada com outras mulheres em frente ao batalhão. “A
culpa não é da polícia. Eles têm que cobrar do governo”.
A região metropolitana de Vitória ainda vive um clima de
insegurança após a onda de
violência que atinge o estado quatro dias após o
início da mobilização de parentes de policiais militares, que impedem a saída
de viaturas dos batalhões.
Tânia Rêgo/AB |
Apesar da presença de mil homens das Forças Armadas e 200
da Força Nacional que patrulham as ruas para reforçar a segurança na região
metropolitana de Vitória, a maior parte do comércio está fechada, há poucos
ônibus circulando e muitas ruas estão vazias.
Pelo segundo dia consecutivo, a prefeitura de Vitória
suspendeu a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as
unidades de saúde da cidade.
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