quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Moradores pedem a volta da PM

Clima de tensão durante protesto de moradores em frente ao
 Comando Geral da Polícia Militar/Tânia Rêgo/AB
Ana Cristina Campos /AB
O clima é de tensão em frente ao Comando-Geral da Polícia Militar (PM) do Espírito Santo em Maruípe, na região central de Vitória, desde a tarde de ontem (7). Moradores pedem a volta dos policiais militares para o patrulhamento das ruas e protestam contra a presença dos familiares – principalmente mulheres – em frente aos quartéis.

Desde sábado (4), a capital capixaba está sem policiamento nas ruas e parentes de policiais militares estão impedindo a saída de viaturas como forma de protesto. Os familiares reivindicam reajuste salarial e o pagamento de benefícios aos policiais.
Os militares do Exército, que chegaram segunda-feira (6) para reforçar a segurança no Espírito Santo, estão no local separando os dois grupos e já liberaram o trânsito na Avenida Maruípe, que havia sido interditada pelos manifestantes.

A manicure Marislaine da Silva Feu, de 32 anos, era uma das que protestavam contra a presença das mulheres em frente ao quartel e veio reivindicar para que elas saíssem da frente do batalhão. “Estou sem poder trabalhar porque meus quatro filhos estão sem estudar. Nós estamos presos dentro de casa. Eu sou filha de militar, mas não sou a favor dessa greve. A gente está sofrendo. Escolas estão fechadas, comércio sendo saqueado, pessoas morrendo”, disse Marislaine.


Em frente à entrada do quartel-geral, a professora Priscila Nascimento de Almeida, de 27 anos, namorada de um policial militar, levou uma pedrada na cabeça, segundo ela, jogada pelos manifestantes. “Queremos reivindicar um salário melhor porque eles passam dificuldade, correm risco. Os moradores deveriam ir atrás do secretário de Segurança, e não vir para cá. A gente está fazendo a nossa manifestação sem agredir ninguém”, disse Priscila, que está desde sábado acampada com outras mulheres em frente ao batalhão. “A culpa não é da polícia. Eles têm que cobrar do governo”.



A região metropolitana de Vitória ainda vive um clima de insegurança após a onda de
Tânia Rêgo/AB
violência que atinge o estado quatro dias após o início da mobilização de parentes de policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões.

Apesar da presença de mil homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional que patrulham as ruas para reforçar a segurança na região metropolitana de Vitória, a maior parte do comércio está fechada, há poucos ônibus circulando e muitas ruas estão vazias.

Pelo segundo dia consecutivo, a prefeitura de Vitória suspendeu a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da cidade.

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